Avançar para o conteúdo principal

Arrábida a património mundial - 4ª reunião da Comissão de Acompanhamento


A Comissão de Acompanhamento da Candidatura da ARRÁBIDA a Património Mundial reuniu-se no auditório Charlot, em Setúbal, na tarde de segunda-feira, 2 de Abril.
O encontro, com bastante assistência, teve como Ordem de Trabalhos: 1-Ponto da situação da candidatura; 2-Listagem de valores e área a candidatar; 3-Apresentação da estrutura do Plano de Gestão.
A introdução aos trabalhos esteve a cargo da Secretária Geral da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) e o desenvolvimento dos mesmos coube aos técnicos da AMRS e dos respectivos municípios. Presentes estiveram também os presidentes das Câmaras Municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal. À assistência foi solicitada a sua colaboração no sentido do aperfeiçoamento do respectivo dossiê final a apresentar à UNESCO.
A candidatura da Arrábida a património mundial foi assumida pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e com as Câmaras Municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal. Depressa também se disponibilizaram para colaborar outros serviços públicos e entidades colectivas e particulares.
Efectivamente, Arrábida não é nossa, foi-nos legada. Por isso, teremos que a estimar e cuidar com o objectivo de a transformarmos num espaço de harmonia entre Homem e Natureza, como factor de desenvolvimento nas suas diversas valências: social, económica, cultural e ambiental.
Daí que a Associação Cultural Sebastião da Gama tenha estado, desde a primeira hora, ao lado desta feliz e incontornável iniciativa. Por isso, também, mais uma vez, a nossa Associação esteve representada nesta reunião de trabalho por um elemento da sua Direcção que, em breve intervenção, se congratulou pelo bom andamento dos trabalhos preparatórios à Candidatura e prometeu, em nome da Associação Cultural Sebastião da Gama, toda a colaboração possível, mormente, através da mensagem que vai transmitindo nas escolas, junto de alunos e professores, nas diversas acções realizadas sobre a vida deste grande Homem, poeta e pedagogo.
Ninguém poderá esquecer a ligação da ARRÁBIDA ao nosso patrono Sebastião da Gama, que, tendo-a defendido e cantado, à semelhança de outros prosadores e poetas, lapidarmente a apelidou de «SERRA MÃE»! Vamos, pois, todos continuar nesta luta pacífica para que esta «Musa», inspiradora de tantos poetas e tesouro de tanta beleza, de tanta grandiosidade nas diversas vertentes naturais e imateriais, mereça a aprovação pela UNESCO para integrar o Património Mundial da Humanidade!
Manuel Herculano Silva

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Pequeno poema" ou uma evocação do nascimento

"Pequeno poema" ( Aqui e além . Dir: José Ribeiro dos Santos e Mário Neves. Lisboa: nº 3, Dezembro.1945, pg. 14) O dia do nascimento quis perpetuá-lo Sebastião da Gama num dos seus textos poéticos. E assim surgiu “Pequeno Poema”, escrito em 7 de Maio de 1945 e, em Dezembro desse ano, publicado no terceiro número da revista Aqui e além e no seu primeiro livro, Serra Mãe , cuja primeira edição data também desse Dezembro. De tal forma a sua mensagem é forte, seja pela imagem da mãe, seja pela alegria de viver, que este texto aparece não raro nas antologias poéticas, temáticas ou não, como se pode ilustrar através dos seguintes exemplos: Leituras II [Virgílio Couto (org.). Lisboa: Livraria Didáctica, 1948?, pg. 74 (com o título “Quando eu nasci”)], Ser Mãe [Paula Mateus (sel.). Pássaro de Fogo Editora, 2006, pg. 45], A mãe na poesia portuguesa [Albano Martins (sel.). Lisboa: Público, 2006, pg. 310]. (JRR)

"Cantilena", de Sebastião da Gama, cantado por Francisco Fanhais

Com a edição do Público de hoje completa-se a colecção “Canto & Autores” (Levoir Marketing / “Público”), de treze títulos, sendo este volume dedicado a Francisco Fanhais, constituído por booklet assinado por António Pires com um texto resultante de entrevista testemunhal a Fanhais e por um cd com 17 faixas, em que a canção “Cantilena” (letra de Sebastião da Gama e música de Francisco Fanhais) ocupa a sexta posição no alinhamento. Por este cd passam ainda versos de Manuel Alegre, de Sophia de Mello Breyner, de César Pratas e de António Aleixo, entre outros. O poema “Cantilena”, cujo primeiro verso é “Cortaram as asas ao rouxinol”, foi escrito por Sebastião da Gama em 25 de Novembro de 1946 e, logo no ano seguinte, escolhido para o que viria a ser o segundo livro do poeta, Cabo da boa esperança (1947). É um dos poemas clássicos da obra de Sebastião da Gama quando se quer referir a presença dos animais na poesia portuguesa, tal como se pode ver na antologia Os animais na

"Serra-Mãe", o primeiro livro de Sebastião da Gama

O primeiro livro de Sebastião da Gama foi Serra-Mãi (assim mesmo escrito), saído a público em Dezembro de 1945, com desenho de capa de Lino António, obra que muito cuidou e para a qual levou a preceito a selecção dos seus poemas. Nesta altura, Sebastião da Gama, com 21 anos, era ainda estudante no curso de Românicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Tivera uma hipótese de a Livraria Portugália lhe editar o livro, mas, a 24 de Outubro, era-lhe dirigida uma carta, dizando que, naquele momento, não interessavam à editora “as publicações não integradas no plano” editorial, porque havia encargos com cerca de uma centena de originais, já pagos a autores e tradutores, e não havia como “dar vazão” a esse trabalho. A família de Sebastião da Gama assumiu, então, os encargos financeiros advenientes da edição e o livro foi publicado com a chancela da Portugália, enquanto distribuidora. Com obra, dedicada a Alexandre Cardoso, seu tio, assumia o risco de vir a ser o “poeta da Arrábida”, elegendo a