Avançar para o conteúdo principal

Entrega do Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama - I

A entrega do Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama ocorreu na noite de ontem, na sede da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense. Paulo Assim foi o autor da obra premiada nesta 13ª edição do certame, intitulada Retrato a Sépia.
Antes da sessão, Paulo Assim teve um encontro com Joana Luísa da Gama, que, por razões de saúde, não pôde estar presente no evento.
A entrega do Prémio contou com a colaboração de Carlos Zacarias e de Sónia Paulo, que disseram poemas de Sebastião da Gama, a abrir o espectáculo, e de Paulo Assim, na conclusão.

As intervenções estiveram a cargo de José António Contradanças (em nome do júri), João Carpelho e Celestina Neves (presidentes das Juntas de Freguesia de S. Simão e de S. Lourenço, respectivamente), João Reis Ribeiro (Associação Cultural Sebastião da Gama) e Manuel Queirós (Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense).
O tom dos discursos acertou por algumas ideias importantes, como: a oportunidade da existência deste Prémio, não só como memória de Sebastião da Gama mas também como evento cultural azeitonense de importância crescente; o papel que, ao longo dos tempos, Joana Luísa da Gama tem tido na publicação e divulgação da obra de Sebastião da Gama; a qualidade que o trabalho premiado apresenta, na senda de outros importantes poetas portugueses que têm sido vencedores deste Prémio, como Amadeu Baptista, Maria do Rosário Pedreira, José Carlos de Barros, etc.
Paulo Carreira, que assume o nome literário de Paulo Assim, vive na Batalha, onde é desenhador de moldes, tem já vários trabalhos premiados e foi o vencedor desta 13ª edição do Prémio, que incluiu uma oferta pecuniária e a edição em livro da obra seleccionada pelo júri (constituído por Arlindo Mota, João Reis Ribeiro e José António Contradanças).
O Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama foi criado em 1988 pelas Juntas de Freguesia de S. Lourenço e de S. Simão (Azeitão), patrocinadoras que se têm mantido e que, na realização deste ano, contaram com a parceria da Associação Cultural Sebastião da Gama, da Câmara Municipal de Setúbal e da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Pequeno poema" ou uma evocação do nascimento

"Pequeno poema" ( Aqui e além . Dir: José Ribeiro dos Santos e Mário Neves. Lisboa: nº 3, Dezembro.1945, pg. 14) O dia do nascimento quis perpetuá-lo Sebastião da Gama num dos seus textos poéticos. E assim surgiu “Pequeno Poema”, escrito em 7 de Maio de 1945 e, em Dezembro desse ano, publicado no terceiro número da revista Aqui e além e no seu primeiro livro, Serra Mãe , cuja primeira edição data também desse Dezembro. De tal forma a sua mensagem é forte, seja pela imagem da mãe, seja pela alegria de viver, que este texto aparece não raro nas antologias poéticas, temáticas ou não, como se pode ilustrar através dos seguintes exemplos: Leituras II [Virgílio Couto (org.). Lisboa: Livraria Didáctica, 1948?, pg. 74 (com o título “Quando eu nasci”)], Ser Mãe [Paula Mateus (sel.). Pássaro de Fogo Editora, 2006, pg. 45], A mãe na poesia portuguesa [Albano Martins (sel.). Lisboa: Público, 2006, pg. 310]. (JRR)
Dia 7 de dezembro - Assembleia extraordinária

"Serra-Mãe", o primeiro livro de Sebastião da Gama

O primeiro livro de Sebastião da Gama foi Serra-Mãi (assim mesmo escrito), saído a público em Dezembro de 1945, com desenho de capa de Lino António, obra que muito cuidou e para a qual levou a preceito a selecção dos seus poemas. Nesta altura, Sebastião da Gama, com 21 anos, era ainda estudante no curso de Românicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Tivera uma hipótese de a Livraria Portugália lhe editar o livro, mas, a 24 de Outubro, era-lhe dirigida uma carta, dizando que, naquele momento, não interessavam à editora “as publicações não integradas no plano” editorial, porque havia encargos com cerca de uma centena de originais, já pagos a autores e tradutores, e não havia como “dar vazão” a esse trabalho. A família de Sebastião da Gama assumiu, então, os encargos financeiros advenientes da edição e o livro foi publicado com a chancela da Portugália, enquanto distribuidora. Com obra, dedicada a Alexandre Cardoso, seu tio, assumia o risco de vir a ser o “poeta da Arrábida”, elegendo a