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O dia em que Sebastião da Gama partiu...

Cemitério de Vila Nogueira de Azeitão
Pelas 8h30 da manhã de 7 de Fevereiro de 1952, falecia, no Hospital de S. Luís, em Lisboa, Sebastião da Gama, chegado na véspera de Estremoz. A tuberculose, de que padecia desde a sua juventude, vencera-o, pondo-lhe fim a um percurso de 27 anos, cheio de escrita e de leitura. Pelo caminho, ficavam três livros de poesia, uma licenciatura com tese sobre a poesia social, alguns (poucos) ensaios, muita colaboração jornalística, uma curta mas intensa experiência de ensino (nas Escolas Industrial e Comercial de João Vaz, em Setúbal, Industrial e Comercial Veiga Beirão, em Lisboa, e Industrial e Comercial de Estremoz) que teve direito a uma reflexão diarística incluída no título póstumo Diário (1958), muitas amizades (e muita consternação) e uma obra literária para conhecer (e para publicar).
De acordo com o testemunho de sua mulher, Joana Luísa da Gama, a última palavra que lhe foi ouvida foi a palavra “poesia”. Apesar de a sua escrita mais conhecida ser da área da poesia, certo é que o seu último texto foi em prosa, sob o título “Encarcerar a asa”, crónica com ares estremocenses e verdadeiro hino à liberdade e ao amor à vida, redigida em 25 de Janeiro de 1952 e publicada uns dias depois, em 3 de Fevereiro, no jornal Brados do Alentejo (dirigido na altura por João Falcato, este jornal teve colaboração muito diversificada, com nomes reconhecidos como Antunes da Silva, Matilde Rosa Araújo, Joaquim Vermelho, Fernando Namora, Cruz Malpique ou Silva Tavares) e posteriormente integrado na colectânea O segredo é amar. (JRR)

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